Berro de vaca, grito de porco, cocoricós de galinhas misturados com canto de galo lá fora, e o barulho do fio de café caindo do coador no bule, que vinha da cozinha, me diziam que dali a pouco o cheiro dele também chegaria. E chegava, mesmo! Em todas as manhãs! E como era bom e irresistível aquele cheiro! E eu saía da cama e corria até lá. Então, eu me juntava à mamãe, que já bebericava uma xícara, no rabo do fogão. E no calor das brasas dele, um de lenha, bem caipira, caipira como eu... Ela, carinhosa, me afagava, primeiro com um beijo no rosto, depois me dava um bico de pão caseiro e uma xícara de café. Lembro-me de que era um café diferente, puro, muito cheiroso, colhido, torrado e moído ali mesmo. Moído, era da Cor da Terra, o melhor do mundo, com gosto de vida. Que pena que passou! Parece que só a ponte ficou; a água se foi, pelo menos aquela, daquele tempo, daquelas chuvas, e com ela, a fartura e a doçura. A roça virou cana, a cana virou pasto e, sem êxito, o capinzal teimoso tenta esconder, como se pudesse, todos os cacos e pegadas, fragmentos do que um dia foi.