O escritor e crítico Umberto Eco, embora não acredite que 'certas belas páginas possam sozinhas mudar o mundo', afirma que o Manifesto comunista 'influenciou fortemente os acontecimentos de dois séculos e que é preciso relê-lo do ponto de vista de sua qualidade literária ou, pelo menos, da sua extraordinária estrutura retórico-argumentativa'. Foi o que fiz agora, passadas três décadas do meu primeiro encontro, idealista e emocionado, com aquele documento então proibido e luminoso", conta o deputado Chico Alencar na apresentação que faz ao livro. Chico, como milhares de jovens da sua geração, participou das lutas estudantis de 1968 e ali foi marcado pelas idéias generosas de um mundo mais igualitário, sem explorados nem exploradores - idéias que se espalharam pelo mundo como frutos do Manifesto. E agora, professor de História e político atuante, traça neste livro um extenso comentário sobre a obra, situando-a em seu momento, evocando os (então) jovens autores, analisando suas propostas e todas as repercussões que ela produziu. Neste volume, o leitor poderá ler o texto integral do Manifesto tal como foi publicado em 1848, incluindo os prefácios escritos por Marx e Engels para as edições posteriores. E um curioso leque de depoimentos sobre o texto, dados por personalidades tão dissímiles como Fernando Henrique Cardoso, Leonardo Boff, Jonh Updike, Luiza Erundina, Delfim Netto, Eric Hobsbawn e José Rainha. Em todos, o mesmo sentimento de impacto diante das idéias ali expostas.