Édipo rei de Sófocles dispensa apresentações. Referência inquestionável da cultura ocidental, seja para analisá-la como profundo reflexo do psiquismo humano, como o fez Sigmund Freud, seja para atacá-la implacavelmente ao modo de Félix Guattari e Gilles Deleuze, esta peça de teatro foi, como grande parte da produção cultural da Grécia do período helênico, exaustivamente estudada, citada e referida em inumeráveis estudos, teorias e sistemas de compreensão do mundo. De tempos em tempos a obra é procurada, encenada e lida com assombro. O enriquecedor estudo crítico de Donaldo Schüler, que também traduziu este novo Édipo, pela premência da necessidade de novas luzes, novas abordagens, é a novidade desta clássica tragédia de Sófocles. Vencedor do Prêmio Jabuti de 2004 como melhor tradutor pelo romance Finnegans wake (de James Joyce), Schüler recria a vivacidade da linguagem teatral de Sófocles, um dos grandes tragedistas da Antigüidade e um dos maiores teatrólogos do Ocidente.