Bumba, apesar da sua pouca idade, tenta ocultar da mãe o pintinho que, após fracassar em suas tentativas de subornar o menino, torna-se sua cúmplice. Partem dela as idéias para contornar as proibições do ônibus e do edifício. Desajeitada, vai lidando como pode com a situação, mantendo uma frágil cumplicidade que não impede Bumba de sentir-se o tempo todo ameaçado de perder seu pintinho. O pai, ao chegar cansado do trabalho, pouco tem a contribuir, a não ser lamentar o mau gosto da situação que o faz precisar lidar com a dor do filho pela morte do pintinho. Transformando a morte do pintinho em sono, permite que o filho durma um sono tranqüilo, mas provisório. Adia a dor, contrariando a epígrafe de William Faulkner. A fragilidade do pintinho, a fragilidade de Bumba, a fragilidade da família, a fragilidade de todos nós, protegidos por pequenas infâmias.