A morte na cidade Alegria é um exercício do autor de imbricar, fazer mixagem entre duas realidades intensamente vividas. O livro é uma intensa experimentação que, no dizer de Roland Barthes, é o prazer do texto. O grande mérito deste livro advém de ssa oscilação entre a natureza transcendente do espaço/tempo e o humor noir do autor, prenhe de alegorias. A semente trágica da visão de Mahon está lançada no campo predatório da desesperança. Alegria-cidade, arquitetada e construída pelo autor, faz do passado e do presente uma obra de planejadíssima trama, comportamento que aflora desde a epígrafe de Albert Camus. A cena, construída com técnica refinada e estilo inabalável, aponta o escritor que veio sendo consagrado desde o livro inicial. Para encerrar, lembro o pensador/poeta, também suicida, Chamfort : O amor é como as epidemias; quem mais as teme, mais se acha exposto a contraí-las. Coedição com Carlini & Caniat