As histórias de De pai para filho trazem muitas duplicidades. A primeira, e mais óbvia, reúne a dimensão autobiográfica e a abordagem ficcional. O leitor, mais de uma vez, se lança a questão ingênua, mas inevitável: aconteceu de verdade ou foi inventado? Não há resposta. De um lado, nada é indiferente na vida de um pai com filhos - a vida vibra a cada instante e instiga a escritura. Se a ficção sempre parte de algum conteúdo vivido, nunca, porém, pode se ater a ele: seu compromisso imaginativo a impede de lidar com a vida quente.