A adolescência, enquanto etapa do desenvolvimento humano entre a infância e a vida adulta, vem ganhando a cada dia maior importância e destaque na sociedade contemporânea, de tal forma que se evidencia uma forte tendência de prolongamento deste período da vida. Embora a adolescência possa ser identificada como uma fase de transgressão e contestação social, que via de regra coloca em xeque os valores e tradições estabelecidos, fatores que em certa medida podem ser entendidos como perturbadores para o equilíbrio social, por outro lado, esta etapa da vida vem se tornando a cada dia mais valorizada enquanto objeto de desejo.Frequentemente encontram-se crianças desejando chegar rapidamente à adolescência, adolescentes buscando prolongar esta etapa e adultos procurando retomar experiências vividas na adolescência como um meio de rejuvenescerem. Desta forma, observamos que, na atualidade, tornou-se uma tarefa complexa definir a adolescência na medida em que se tem uma redução do tempo da infância (POSTMAN, 1999) e o prolongamento da adolescência que acarretam prejuízos na consolidação da identidade adulta. Em decorrência deste panorama é possível afirmar que a moratória psicosocial, tal qual descrita por Erikson (1998), enquanto um período no qual o indivíduo já desenvolveu as habilidades necessárias para inserir-se na vida adulta, mas ainda pode desfrutar da condição de adolescente, em função de algumas demandas subjetivas que são socialmente aceitas, encontra-se cada vez mais presente. Os capítulos que compõem este livro nascem de reflexões que se originaram em contextos universitários, abordando diferentes aspectos psicológicos que destacam a adolescência no mundo contemporâneo, de modo que os textos aqui apresentados versam sobre temas variados.