Onde estavam as mulheres enquanto seus pais e maridos discursavam pelo poder? O que faziam enquanto os homens definiam os usos da linguagem? Com que se ocupavam enquanto outros construíam a história do pensamento? Por que mulheres não refletiram sobre os grandes temas de seu tempo, deixando textos escritos com que pudéssemos hoje compreender o nosso? Por que não interpretam a história da humanidade? Por que tiveram que lutar para ver-se nela incluídas? Quem as excluiu? Quem disse que há uma natureza feminina? Quem inventou o feminino? Seria o feminino um sistema de controle das mulheres? Ou seria uma forma de expressão do silêncio como poder das mulheres? Por que a história da política pertence aos homens? Por que a história da vida privada pertence às mulheres? E a maternidade? O que ela pode significar hoje? O que podem dizer as mulheres sobre o que se dizia ou se diz delas? Não será preciso desmontar os fios dos discursos para escapar do seu destino de amarras? Dizer, criar novas vozes, pode ser um gesto de redenção?