Este livro estuda um capítulo decisivo da história de Campinas, a segunda maior cidade do estado de São Paulo. O desenho urbano e a cidade como artefato, os seus espaços abençoados e malditos, o confronto entre a cidade visível e a invisível, os arreglos das camadas dominantes para permanecerem como tal e as resistências e estratégias dos dominados para deixarem de sê-lo são alguns dos temas recuperados nestas páginas, que refletem as metamorfoses pelas quais o Brasil passou no período de 1850 a 1900. A cidade não é concebida apenas como resultado de organização e sociabilidade, mas como expressão dos atos de amor e solidariedade e das tensões e conflitos que a reproduzem e, por isso mesmo, fazem com que nela coexistam tantas cidades quantas forem as ordens sociais que disputam o seu espaço e o seu tempo, as suas expectativas e as suas contradições. Para conhecer esse momento da história da cidade, procura-se recuperá-la como o palco no qual são propostas novas representações sociais aos seus personagens: livres e escravos, vivos e mortos