Um militante comunista fiscaliza as eleições num hospício de Turim. Seria mais um dia normal na vida de Amerigo Ormea, mas a experiência de convívio com pessoas tão incomuns muda completamente a visão do escrutinador sobre a política, o amor e a religião. Afinal, pergunta-se Amerigo, o que determina a normalidade de um cidadão?Amerigo Ormea, militante do Partido Comunista, supervisiona o processo de votação no Cottolengo, um hospício de Turim. Em meio a eleitores tão incomuns quanto anões, coxos, cegos e deficientes mentais, ele se pergunta o que faz dele um cidadão responsável e um eleitor consciente - e não um louco. Amerigo passa a se questionar sobre a razão do comunismo, sobre a natureza do amor e sobre a validade da crença religiosa. A visão terrível da situação dos pacientes - como a de uma mulher sem pernas que se arrasta num banquinho ou a de uma freira deitada numa maca, com a expressão de quem se afoga no fundo de um poço - suscita ao escrutinador reflexões existenciais. Italo Calvino escreveu "O Dia de um Escrutinador" entre 1953 e 1963, após viver experiências semelhantes às de seu personagem.