O autor realiza um admirável trabalho de reconstrução do processo constituinte com base numa criteriosa escolha de fontes. Documentos legislativos, jornais da época e uma grande literatura especializada são a base desse trabalho, que se descortina numa observação histórica rigorosa e com um texto fluente, claro e articulado. [] A obra do constituinte de 1987/1988 foi o marco inicial de um importante processo de luta por igualdade e liberdade. E é essa luta que transparece, com enorme atualidade, nas linhas do presente livro. Da apresentação, de Cristiano Paixão Sob a condução da pena hábil de Fernandes Bastos, o leitor chega ao processo propriamente constituinte e, com o autor, vê não apenas a dimensão das inovações ali introduzidas, mas a complexidade inerente a todo processo, sempre sujeito a avanços e a retrocessos. Forma e conteúdo, procedimento e determinação da substância terminam por se imbricar. Assim, ao final, o autor pode, com densidade, convidar o leitor a refletir acerca da origem da legitimidade da Constituição de 1988.