Como foi que, justamente na Veneza do século XVII, onde uma pequena elite econômica e política controlava a produção artística, pôde nascer a cantata, uma forma musical que burlava das convenções clássicas vigentes? E como foi que, justamente uma mulher, numa época em que as mulheres deviam escolher entre ser esposas ou monjas ou cortesãs, veio a atingir uma alta posição entre os artistas dessa forma musical? Barbara Strozzi foi essa mulher, neste livro apresentada amorosamente por Silvana Scarinci. Um cd com gravação original de sete cantatas de Barbara Strozzi, interpretadas pelo soprano Marília Vargas acompanhada por um conjunto de instrumentos da época, mostra que Barbara, como antes dela, Safo, merecia a posição que alcançou.