Correu mundo a imagem do jovem chinês que, fazendo do seu corpo a única arma, tenta deter uma coluna de tanques enviada para esmagar a liberdade nascente. Para Paul Valadier, o desconhecido de Pequim simboliza a moral no que ela tem de mais significativo contra a negação do humano. A tarefa do moralista consiste em sugerir que, em qualquer circunstância, "o homem pode querer o bem e dizer a verdade, e é ao correr o risco de levar estas convicções à prática que descobre a beleza desse gesto". E, neste sentido, a moral é também um risco inevitável para aqueles para quem o homem é motivo de preocupação. PAUL VALADIER, jesuíta, é professor do Centro de Sèvres e conferencista no Instituto de Estudos Políticos de Paris, depois de ter desempenhado, durante oito anos, o cargo de chefe de redacção da revista Études. É autor de uma tese sobre Nietzsche e a Crítica do Cristianismo (1974), e de vários ensaios políticos e religiosos, entre os quais Agir em Política e Escolha moral e pluralismo político (1980).