A partir da década de 1970, com as mudanças ocorridas nas diferentes esferas da sociedade, grupos minoritários como o de atletas evangélicos passaram a ocupar espaço no cenário nacional. A fundação do movimento evangélico Atletas de Cristo (ADC) possibilitou o diálogo entre os campos esportivo e religioso, que até então mantinham relações de estranheza. A análise do contexto social, político, econômico, esportivo e religioso, no qual foi fundado o Movimento ADC, contribuiu para a compreensão da natureza das relações entre esporte e religião na Modernidade. A teoria social crítica de Pierre Bourdieu pela análise dos conceitos de Habitus e Campo Simbólico, auxiliaram na compreensão da coexistência de dois campos compostos por tensões próprias - campo esportivo e campo religioso. O Movimento ADC ao atender às demandas de atletas evangélicos e permanecer enquanto movimento ao longo desses quase 40 (quarenta) anos, manteve-se fiel à sua missão de evangelizar através da linguagem universal do esporte e tem contribuído para o trânsito entre esses dois campos, promovendo uma relação que se mostra simbiótica, pela qual tanto o esporte como a igreja, enquanto instituições, passaram a reconhecer e assumir atletas evangélicos como membros ativos nesta nova configuração social.