Michael Stivelman é um homem realizado. Em todo os sentidos: no plano pessoal e profissional mas, sobretudo, no plano humano. A certa altura da vida, olhando a estrada percorrida, ele se sentiu obrigado a dar o testemunho do que viveu e presenciou. Um testemunho pungente, comum a toda uma geração de judeus da Europa oriental que enfrentou o dramático desafio do holocausto. Era jovem então. Teria direito a todas as ilusões da mocidade – como qualquer jovem de qualquer época. O horror da guerra interrompeu sonhos e esperanças. Dizer que sua terra natal – a Romênia – foi um campo de batalha não é metáfora. Foi uma cruel realidade, mais estúpida do que a própria guerra, marcada pela violência de russos e de alemães, que alternadamente espalharam o terror nas cidades e nos campos, dizimando famílias inteiras.