O livro A extração de areia no rio Piancó e seus impactos ambientais é resultado de uma pesquisa científica de mestrado do programa de pós-graduação de Sistemas Agroindustriais da Universidade Federal de Campina Grande, realizada no período de 2017-2019, que culminou com a identificação dos locais e avaliação dos modelos de extração de areia no rio Piancó, em um percurso de 110 km, entre os municípios de Conceição e Piancó, no semiárido do estado da Paraíba, bem como analisou os impactos ambientais decorrentes dessa atividade minerária. O Piancó, conforme a Agência Nacional de Águas (ANA, 2016), é o principal curso d´água da bacia hidrográfica do rio Piancó-Piranhas-Açu, naturalmente intermitente, que abrange os estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte, e forma, em seu percurso, os açudes de Curema-Mãe d´Água e a barragem Armando Ribeiro Gonçalves, respectivamente, os maiores reservatórios de água paraibano e potiguar, numa região marcada por elevada escassez hídrica. Foram detectadas no total treze áreas de extração de areia, das quais onze são ilegais, o que é uma marca dessa atividade econômica em todo o Brasil, a clandestinidade e o informalidade. Os resultados apontam que 70% ou mais dos impactos ambientais identificados são negativos, mas com magnitude variando de 1, 2 ou 3, o que representa baixa ou média magnitude de impactos. Porém a mineração de areia também apresenta impactos positivos, como geração de emprego e renda, além de ser fundamental para o desenvolvimento urbano das cidades do Vale do Piancó. Outro aspecto de grande importância é o desassoreamento do canal do rio Piancó, pois evita cheias e retém com mais intensidade os sedimentos que fluem a cada ano hídrico, o que impede que o material alcance reservatórios rio abaixo. Com a legalização da atividade, por meio de criação de cooperativa para os areeiros (carroceiros, operadores de máquina e caçambeiros), bem como a utilização de medidas visando reduzir os impactos ambientais negativos [...]