A coerência que, actualmente, reconhecemos à física não se construiu sozinha, nem foi obra de um dia. Ela é um lento produto da razão polémica, que constrói a física a partir das suas questões permanentes. Porém, frequentemente, em ciência, paradoxo é sinónimo de parasita, o que se não é pura injustiça, é, pelo menos, grande miopia. Uma vez que estão longe de serem excrescências monstruosas que balizam a história do pensamento, os paradoxos merecem ser reassumidos. Este livro, ao descrever a evolução histórica dos paradoxos e, em simultâneo, a crónica dos nossos preconceitos, oferece-nos uma das mais formidáveis introduções ao espírito da física do nosso tempo. Étienne Klein demonstra que a função dos paradoxos é vital para a ciência porque é um desafio total à inteligência, mobilizando a imaginação e a sede de compreender. Sem paradoxos, a ciência não seria viva, mas apenas algo que se esvairia a si mesma ÉTIENNE KLEIN, físico da Direcção das Ciências da Matéria, do Comissariado para a Energia Atómica (CEA). É responsável pelos cursos de Física Quântica e de Física das Partículas na École Centrale de Paris e ensina, também, Filosofia das Ciências. Preside, desde 1992, à Comission Physique da Sociedade Francesa de Física.