Freud introduziu no Ocidente um vínculo, até então inédito, entre duas pessoas, dois desconhecidos: chamou-o "transferência" . No início de sua atividade, referia-se à relação médico-doente, mas muito rapidamente esse novo conceito veio a designar não mais o encontro médico-paciente, e sim um vínculo específico em relação ao inconsciente, às pulsões e à repetição. No início, a transferência foi transferência de amor... e para Lacan "alguma coisa em relação ao amor".Desde então, os analistas passaram a chamar de "transferência" tudo aquilo que acontece entre analisando e analista. Como o próprio nome indica, e como convém abordá-la, a transferência implica um translado, implica pelo menos duas cenas. É com a repetição que suas relações são mais evidentes, mas não podemos reduzi-la apenas à repetição, a transferência remete também ao novo em virtude de sua eterna falha. Assim a transferência evolui...