O livro A Inquisição no Estado do Grão-Pará e Maranhão tem a qualidade de romper com boa parte do que foi produzido pela historiografia brasileira sobre a temática. Tem o mérito de trazer pela primeira vez um panorama geral da ação inquisitorial na Amazônia Portuguesa desde o início do século XVII até os primeiros anos do século XIX, resultado de um grande esforço de coleta e análise de dados reunidos a partir da utilização de três fontes: o livro da visitação (1769), de processos inquisitoriais e de cadernos do promotor. Ao analisar processos referentes a índios, negros e mamelucos, expõe de que maneira essa população de neófitos foi vista e compreendida pelos agentes inquisitoriais, além de expor o papel do Tribunal no processo de disciplinamento exercido para civilizar esses indivíduos, buscando cumprir dessa maneira com a política estabelecida pelo Marquês de Pombal para o Grão -Pará. Além de estabelecer uma nova datação para a Visitação ao Estado do Grão-Pará (1763-1773), contribuindo principalmente para o preenchimento de uma lacuna na historiografia, a saber, das funções do Visitador Giraldo Abranches enquanto inquisidor.