O romance que se passa no na Ilha de São Francisco, litoral catarinense, durante o Brasil do século XIX, foi definido por Marina Lajolo, escritora e crítica literária, como "um dos romances mais fortes e belos da literatura brasileira moderna". Nele os leitores são contemplados com um enredo amoroso envolvente e com uma parte pouco conhecida da História do Brasil. "...uma mulher fascinante, um homem muito rico e bem mais velho do que ela, um jovem músico sem um tostão; cartas de amor em esconderijos combinados, vizinhas carolas e faladeiras, viúvas desamparadas": ingredientes mais do que promissores para um romance. Se a isso se juntar um narrador discreto e competente, que sabe dosar com maestria o suspense do que conta e fazer delicados arabescos com a cronologia da história, o resultado é certo: leitores fascinados, que não largam o livro. É exatamente isso que acontece com este belo romance que tem por título o nome de sua protagonista, Júlia, que se define, a certa altura do livro como uma mulher que se confessa duas: "uma que sonha, outra que mente..." A estas, somam-se todas as outras que o imaginário do leitor cria a partir da leitura.