Em clara referência autobiográfica, Machado de Assis, certa vez, escreveu que "com o tempo, adquire a reflexão o seu império, e eu incluo no tempo a condição de estudo, sem o qual o espírito fica em perpétua infância". Para o grande escritor- o maior dentre os autores brasileiros e um dos grandes da literatura universal -, como se pode ver, o tempo e o estudo eram elementos absolutos, imprescindíveis, na formação intelectual dos seres humanos. Permita-se-me acrescentar, modestamente, que, em minha opinião, ainda o são. E o Paulo Fayet tem, inegavelmente, esses dois predicados (muito mais do segundo que do primeiro, é bem verdade), como pude (e posso), sem qualquer esforço, reconhecer, porque sempre foi um irmão e um colega exemplar, correto, estudioso (perdoem-se-me, por obséquio, os elogios; é que entre mim e o Paulo nunca houve - para usar de outra frase machadiana - sequer "uma gota da baba de Caim") e, para além de tudo, um grande, um fiel, um constante e valioso amigo. 0 livro que o Paulo Fayet oferece à publicação permite que se lhe atestem, assim, não somente o abandono de Ia première jeunesse, como, também, o adensamento intelectual que lhe proporcionou o estudo; e, certamente, a este, seguir-se-ão outros e valiosos e eruditos trabalhos, dos quais a comunidade jurídica será a beneficiária, pois, queira-o Deus, não lhe faltará o tempo, uma vez que o estudo, dele meu querido irmão não se apartará, se o bem conheço!