Este trabalho avalia a presença e a importância da oralidade na sociedade colonial de Minas Gerais. Para tanto, recompõe e analisa as murmurações e vozes orais veiculadas nos principais conflitos políticos sucedidos na capitania do ouro ao longo do século XVIII. Dividida entre o sussurro popular e as maquinações de elite, a opinião pública das Minas etecentistas permite falar de outro modo acerca da natureza dos embates sociais, culturais e políticos ali estabelecidos. A linguagem oral serve como fundamento daquela sociedade, ancorada no analfabetismo e na tímida presença da cultura letrada.