Místico religioso como querem alguns, ou um homem de certo nível cultural e de inteligência aguda, como defendem outros, Antonio Conselheiro reuniu jagunços, ex-escravos, beatos, mulheres e crianças e pôs em xeque as forças e a organização do Exército Brasileiro. Líder da Guerra de Canudos - um dos episódios mais importantes que marcaram a queda da Monarquia e a instituição da República no Brasil - Antonio Conselheiro esteve a frente de um grupo de pessoas humildes que, mesmo acuado pela perspectiva imposta por uma realidade perversa, ousou acreditar na possibilidade de uma vida mais justa. Neste livro, o autor analisa, entre outras questões, as causas remotas e próximas do conflito; as características dos meios natural e social sertanejos; a presença do Norte e do Nordeste no esforço de guerra, sob tantos aspectos, superior de Antônio Conselheiro; e, finalmente, o papel desempenhado pelo Exército, despreparado, na época, para agir em uma região desconhecida e sem ter um sistema de apoio para a tropa em ação.