Biselli e Katchborian formaram-se na Universidade Mackenzie em meados da década de 1980, quando tardiamente era discutido o pós-modernismo no Brasil. Qualquer arquiteto atento à época entraria no debate tomando posição crítica ao fazer moderno acomodado, cordato e desatualizado praticado por muitos no Brasil daqueles tempos. Sensíveis ao momento, engajaram-se inicialmente nas experiências pós-modernistas de caráter mais historicista e figurativo. Tendências que se esgotaram rapidamente, mas que tiveram o mérito de retomar e recolocar novas posturas acerca da composição - afastada do vocabulário crítico, porém não abandonada por muitos mestres da vanguarda moderna - como estratégia importante no processo de projeto. Esta fase historicista foi muito breve e logo seria abandonada pelos dois em favor de outras referências mais abstratas e geométricas, tanto procedentes das novas abstrações dos anos 1980 e 1990 quanto do ideário moderno, em especial da arquitetura de Frank Lloyd Wright. No decorrer de duas décadas de trabalho, estudos da arquitetura - principalmente contemporâneos - foram cotejados pelos arquitetos e de alguma maneira incorporadas no ideário poético do escritório. Muitos arquitetos foram objetos de seus olhares atentos, alguns com maior interesse, como Thom Mayne (Morphosis), Renzo Piano, Rem Koolhaas e, recentemente, Oscar Niemeyer. Se as dúvidas sobre a continuidade ou não da arquitetura moderna ainda persistem, um olhar sistemático através da arquitetura de Biselli e Katchborian aponta, em um primeiro momento, para uma postura alinhada à continuidade da modernidade. Admitem-se alguns elementos e idéias: a tradição do novo, o sentido positivista ancorado no devir tecnológico, a preferência pelas formas abstratas. Entretanto, abandonam-se outros, como o sentido de um projeto de caráter heróico e monástico e a crença em um funcionalismo reducionista.