Desde o final da década de 1950 Julio Yoshinobu Shimamoto se reinventa, década após década, dando a impressão que são múltiplos Júlios a desenhar. Nesse álbum, mais uma vez em parceria com Gonçalo Junior, roteirista que sempre surge com assuntos nada convencionais, vem afrontar a morte de maneira inusitada, em obra impactante, por ser uma narrativa de diálogos econômicos, que eleva essa dupla à genialidade da narrativa gráfica. As linhas traçadas por Shima constroem cenas de onde emergem figuras que transmitem sensações de realidade raras no universo ilustrado. A originalidade do tema aqui abordado, o contraponto de amor e morte, propicia finais inesperados, sob mãos e mentes experientes e ousadas, atingindo o digno resultado deste Até Que A Morte nos Separe. É importante ressaltar a delicadeza de cada quadro, a brutalidade contrastante dos traços entintados e, principalmente, a força dramática dos seus personagens. Estamos diante de uma narrativa cinematográfica que conduz [...]