Um homem examina antigas fotografias de família e se recorda do tempo passado. De quando era criança, de um primo de partida para os Estados Unidos, de um fotógrafo no estúdio a ajustá-lo no colo da mãe, do farmacêutico pesando-o numa balança. Recorda-se, aos poucos, do que ocorreu desde então. Mas há outras lembranças mais profundas e dolorosas: um amor impossível, interrompido na juventude e restabelecido décadas mais tarde, quando o casal se reencontra casualmente na rua. Ele, já na faixa dos 50 anos, havia se casado, tido duas filhas, mas não se esquecera daquela mulher. Os dois, então, voltam a se encontrar clandestinamente numa pensão de baixa reputação em Lisboa. Em Eu Hei-de Amar uma Pedra, António Lobo Antunes apre-senta um texto radical e inovador, como poucas vezes se viu na literatura contemporânea.