Não é incomum ao viajar encontrarmos pessoas que conhecem Paquetá (RJ), seja através dos compositores - como Braguinha e Aldir Blanc entre muitos outros - que exaltaram a “Ilha dos Amores”, seja porque aqui estiveram como visitantes. Nesse caso, as crianças (e ex-crianças), sobretudo, guardam lembranças fortes e indeléveis. Mas o que esses visitantes, de fato ou imaginários, nem sempre se dão conta é que há moradores na ilha, gente para a qual ela constitui o seu cotidiano. Wilma Leitão resgata esse conjunto: visitantes, turistas, mas também antigos moradores de várias gerações, migrantes do Nordeste e novos moradores de classe média. Apoiada na tradição antropológica, apresenta uma descrição dessa “aldeia” de muitas narrativas, que sendo sui generis, possui a capacidade de falar à imaginação de cada um. Como colega seu, de aldeia e de antropologia, desejo que o livro tenha o sucesso a que faz jus. E que ele estimule não só novas visitas, mas também novos estudos, que explorem esse filão de uma vida social surpreendentemente diversificada e praticamente inesgotável.