Na Paris do final do século XIX, em meio à vida boêmia, um jovem poeta se apaixona por uma atriz chamada Marthe. Bela, sensual e atraente, ela carrega os estigmas de uma passagem pela prostituição. O casal procura um ponto de apoio no sorvedouro de suas paixões, mas são eles que controlam seu próprio destino ou será um joguete na mão de forças maiores? Joris Karl-Huysmans (1848-1907), novelista e poeta francês, tem seu nome indissociavelmente ligado ao movimento decadentista. O autor francês é dono de um vocabulário e de uma sintaxe que remetem o leitor constantemente às artes plásticas. Assim, o apelo visual nos livros de Huysmans é forte. Mesmo quando pinta o mais abjeto submundo parisiense, o autor de Marthe (1876) cria imagens únicas. Marcadas pelo pessimismo e pelo naturalismo, as obras da primeira fase de Huysmans, onde está este romance, exploram a maneira como os seres humanos são marcados pelo seu ambiente e levanta questões como a espontaneidade do amor e a possibilidade do livre-arbítrio. A obra também contém fortes elementos autobiográficos.