Foi apenas depois do seu doutoramento que convivi mais de perto com o Prof. António Marques dos Santos e que melhor pude apreciar a sua seriedade intelectual, o desassombro com que se insurgia contra tudo que achava mal, o seu sentido do rigor, assim como os laços que o prendiam à Faculdade de Direito de Lisboa, apesar de esta não ter sido a sua Faculdade de origem.Dedicadíssimo, não faltava a nenhuma aula, teórica ou prática, não faltava a nenhum exame, não faltava a nenhuma reunião do Conselho Científico, estava sempre disponível para as tarefas que lhe eram pedidas e apoiava como se fossem seus filhos os assistentes que com ele colaboravam.Homem de grande cultura e de vasta experiência em Portugal e em França (onde esteve exilado até 1974), as suas áreas científicas de predilecção eram o Direito Internacional Privado e o Direito Comparado. A ilustre Professora Isabel de Magalhães Collaço, com quem trabalhou, exerceu, por certo, sobre o seu pensamento profunda influência, mas António Marques dos Santos tinha uma visão própria dos problemas e sabia guardar a sua independência (como tem sido timbre, até agora, dos grandes professores da Faculdade).