O horizonte oferecido ao pensamento que aqui se apresenta é aquele proposto por Martin Heidegger, tendo em vista a conquista de um distanciamento adequado para o que mais interessa pensar. Para poder pensar Heidegger é preciso aprender a saltar. Quando se dá pensamento, aquele que pensa, pensa sempre a partir de si, mas também para além de si mesmo. O caminho de pensamento que se nos apresenta nos leva a questionar, em primeiro lugar, o que não é pensamento. Quer dizer, é preciso aprender a questionar aquilo que a tradição nomeia como pensamento para, a partir desse primeiro enfrentamento, iniciar o processo de compreensão do que é o pensar. É preciso enfrentar o modo como se dá o acesso ao real e à realidade; o modo como o pensado e o dito se aproximam e se distanciam; o modo como os gregos e os modernos anunciam o pensamento e o modo como a filosofia e a ciência modernas assumem o “poder” de dizer a verdade. O questionamento impresso, anunciado, proposto por Heidegger, visa conquistar uma posição a partir de um embate, de um diálogo que coloca em movimento a linguagem em sentido amplo, mas também, com a chamada filosofia da linguagem e com todo pensar que buscou submeter todo pensar e todo falar a um sistema lógico de sinais. Para que se possa compreender o que está em jogo nesse tipo de investigação, de acordo com o pensamento de Martin Heidegger, é necessário recuperar o sentido de objectum e de subjectum. Daí o questionamento: o dizer e o falar são simples manipulações de sons e fonemas? Será que a fala é apenas uma manifestação de sons? Como e a partir de que se dá a copertinência entre um pensar e um falar? Trata-se de colocar em questão o próprio ser humano e com isso o significado de pensamento.