Nesse livro de grande sucesso, Mark Blyth examina as origens da crise econômica de 2008 e os episódios de austeridade que se seguiram, bem como suas bases teóricas. A busca por essas raízes intelectuais começa com autores como Locke, Hume e Smith, passando pela Escola Austríaca, Schumpeter e Friedman, até chegar ao papel dos economistas da Universidade de Bocconi na Itália nos anos mais recentes. A austeridade, como aponta Blyth, vem sendo entendida como uma dor virtuosa após a festa imoral. É uma ideia perigosa por três razões. Primeiro, porque não funciona, como mostra Blyth a partir da análise da trajetória de países que a implementaram. Segundo, porque faz com que os pobres paguem pelos erros dos mais ricos. Terceiro, porque repousa sobre uma grande falácia: nem tudo que se aplica ao nível da família vale para um país ou para um conjunto de países. A explosão de dívida pública ao redor do mundo em meio à pandemia certamente irá reviver esses debates.