Ao empreender uma jornada crítica, Cacicedo abandona o lugar da operacionalidade do sistema penal para compreendê-lo numa perspectiva da dialética do concreto, distinguindo e articulando o aparente do essencial, como nos ensinou Karel Kosík. Ao aprofundar-se na obra de Marx sobre ideologia, ele pôde caminhar na sofrida senda de Pachukanis, para quem as leis penais nada mais eram do que falsa consciência e fetichismo do capital. Patrick Cacicedo desvela todos os paradoxos do Estado de Direito aoentender o Estado Penal de Wacquant, o Estado Policial de Zaffaroni e o estado de Exceção de Agamben como articulações funcionais das políticas sociais e penais do capitalismo contemporâneo. Junto com Adriana Matsumoto ele considera o conceito de Estado Democrático de Direito como chave para a compreensão do giro punitivo na atualidade.