amar(-se) na contestação sendo brilho e verdade inteira Para atravessar a palavra, fazê-la verso, fundamental a coragem, sendo a poesia, travessia, via excêntrica pela qual teimamos o passo, cada olhar e pé à frente mostram nosso jeito de insistir, viver e amar. Seguir uma caminhada por vias excêntricas é também romper silenciamentos, contrapor algo por meio de nossas razões lógicas, só assim, construímos nosso caminho. É neste pisar no chão com força, alimentada por um olhar que devora as mínimas manifestações de vida, as imagens da infância, os medos, os miúdos instantes de um braço sem relógio, correndo sôfrega, mas serena, que chega Aline Nobre com mulher-contestada. Destemidos, de uma sinceridade confessional, os versos deste livro revelam os atravessamentos pelos quais, nós mulheres, na linha diagonal da contestação, martelamos a nossa existência, tendo na descoberta, a apresentação de um ritmo memorialístico real e de sonho, afetuoso, mas também doloroso, estas (...)