Esta novela apresenta a história da paixão de Lara por Conrado. Ele: refratário a toda experiência que possa desviá-lo da autodisciplina e do controle magistral que exerce sobre o outro. Ela: receptiva a qualquer aceno, ao mínimo gesto esboçado por esse homem, a todo aprendizado que implique a tensa arte de amar. Arquétipos masculino e feminino reinscrevem-se neste enredo que aponta para uma cultura da qual o homem emerge como modelo de força e determinação. Aqui a autora reelabora uma estrutura canonizada pelo que há de mais incisivo e intrincado: a construção e a manipulação da linguagem, ao restrear, no caso, os impasses que delineiam as escolhas, as reações afetivas e ambivalentes, o devir propriamente dito desse par diferenciado de amante