Nicolau é um menino estranho aos olhos dos outros. Gosta de ficar sozinho, diz que conversa com o avô que já morreu, lê muito, gosta de escrever e quase não brinca fora de casa. Seu irmão, Ariel, é uma criança como as outras: alegre, brincalhão, está sempre na rua com os outros meninos. A comparação é inevitável: Nicolau é esquisito, Ariel é uma criança normal. Os pais parecem pensar assim, a professora também, a coordenadora da escola, idem. Só a avó de Nicolau pode entendê-lo: "Você é uma criança apenas diferente", diz ela. À medida que Nicolau cresce, vai tendo certeza de que é diferente e aprendendo a aceitar isso, ou seja, entende que não é anormal nem doente. Adulto, torna-se escritor e, ao ter um filho, parecido com ele, aceita e compreende a necessidade de solidão do menino.