Recheado de depoimentos pessoais, livro de Selma Ciornai, ex-participante dos movimentos estudantis dos anos 60 e do Women’s Lib, mostra contestadoras despertando para a necessidade de uma revolução na meia-idade A psicóloga gestaltista Selma Ciornai lança seu primeiro livro, Da contracultura à menopausa, resultado de sua tese de doutorado pelo Saybrook Institute, nos Estados Unidos. O livro traz o relato de várias mulheres que, de alguma forma, compuseram o universo da contracultura nos anos 60 e 70 e hoje chegaram no momento crítico da menopausa, com todas as implicações físicas, psicológicas, sociais e culturais a que essa fase da vida as remete. Participante do Women's Liberation quando, como tantos de sua geração, saiu do Brasil para viver em Israel no final da década de 60, Selma Ciornai constatou que suas entrevistadas, constestadoras no passado, não escaparam da crise e do tabu que cercam o climatério. Cultas e, em muitos casos, bem-sucedidas profissionalmente, elas deparam-se agora com o preconceito que as impede, primeiramente, de admitir o problema com naturalidade. E a maioria ressente-se de ser, agora, considerada carta fora do baralho. O dado esperançoso revelado pelo livro é que, debruçando sobre seus próprios depoimentos, as mulheres despertaram para a necessidade de uma nova revolução, agora, na meia-idade. O livro resalta também a desinformação reinante sobre esse período de crise entre as mulheres, inclusive entre as mais cultas e socialmente ativas e até entre os médicos. Muitos deles desconhecem ou tratam com desatenção e inadequação a sintomatologia que cerca a menopausa.