Um lindo relato, construído como um jogo de espelhos que devolvem um para o outro reflexos irisados. Reflexos da estepe que floresce durante todo o verão. Reflexos da pátria longínqua em que as palavras bordam um sonho secreto e amores mortos; em que umas pedrinhas numa bolsa antinga recordam a felicidade perdida; em que jornais amarelados numa mala velha ressuscitam por um instante batalhas e festas esquecidas. Claro-escuro onírico em que uma senhora doce e bela como uma mocinha vai dotar uma criança de lembranças que se tornam suas, que lhe constroem uma dupla personalidade.