O cinema e a crítica de Jairo Ferreira, de Renato Coelho, tem um papel pioneiro de descrição e análise da obra do realizador do filme experimental O Vampiro da Cinemateca (1977) e autor do livro Cinema de Invenção (1986). Jairo Ferreira (1945-2003) foi um cineasta que, dentro das categorias propostas por Ezra Pound, poderia ser entendido como inventor, e que, como crítico, seguindo ainda as proposições do poeta norte-americano, buscou com seus textos melhorar o cinema apontando para os principais filmes. Em geral, ele foi assistido e lido por poucos, com exceção do período em que escreveu para a Folha de S. Paulo. Infelizmente ainda hoje sua obra permanece mal conhecida para além de um círculo restrito de cineastas, críticos e cinéfilos que foi influenciado de forma indelével por ela. "Cinema de Invenção" é um marco pelo modo inventivo de abordar a produção experimental brasileira e por conseguir relacionar diferentes gerações de realizadores que buscaram criar novas formas cinematográficas, tendo como eixo uma tradição que inclui Mário Peixoto, Glauber Rocha, José Mojica Marins e, muito especialmente, o grupo do dito Cinema Marginal.