Não se trata, neste livro, de mudar radicalmente o behaviorismo, mas de mudar o behaviorismo radical, nele introduzindo os avanços da neurociência cognitiva. Enveredamos então pelo behaviorismo neurocognitivo, uma nova senda de investigação cuja proposta visa uma integração entre uma ciência do comportamento e uma neurociência cognitiva anti-cartesiana. O behaviorismo neurocognitivo fundamenta-se em duas premissas básicas. A primeira consiste em sustentar que o comportamento inteligente pode ser modelado e estudado computacionalmente (usando robôs dotados de lógicas clássicas ou nãoclássicas). A segunda, que o torna um behaviorismo sem caixa preta, sustenta que o cérebro e os estados mentais (pensamentos e emoções) podem ser considerados variáveis ambientais. Com isto, abre-se um caminho para aproximar duas disciplinas que ficaram durante muito tempo indevidamente separadas: a ciência cognitiva e o behaviorismo radical de Skinner.