De volta à cama, ela sentou ao meu lado, passando as mãos por minha testa molhada. Arfava, aquecendo, resfriando. Qual o seu nome? Deveria perguntar? Já faz horas que não fala mais do que três frases, tão confusas quanto incompletas. Estávamos presos. Quem era ela? Cheguei a considerar que fosse talvez uma das aranhas no teto, eu ainda lagarta de delírio puro, em breve volto para despertar. Quem? Perguntei se tinha notícias da moça que trabalhava no bar, quem sabe já estaria famosa entre os moradores fora da fronteira, negócios indo de vento em popa. Não me respondeu, suspirando pensativa, o cubo silencioso em meu peito. Abri de leve para ver se ainda funcionava, sua luz firme conforme prometido quando o comprei, mas agora preocupado se duraria o suficiente. Senti um pico de ansiedade no peito, quis levantar logo para sair daquele lugar. Tossi, engasgando, despertando com o ódio que traz a doença dos maus sonhos. Sonha? Nesse ritmo só teremos as paredes de realidade. Recomendou (...)