"O currículo pode ser entendido como um campo de disputas políticas, intelectuais, sociais, regionais... e sua história revela a imbricada relação entre cultura e gênero. No século XIX a opinião pública era majoritária - mente contrária à formação intelectual das moças e, mesmo na periferia do capitalismo, impunha-se a necessidade de emancipação e de inserção das mulheres no mercado de trabalho formal. Os textos que compõem está coletânea buscam contribuir para mapear tais disputas, dar visibilidade - de aos impasses que tornavam desconfortável a presença feminina em determinados espaços, tais como escolas e universidades. Neste sentido lança perguntas: o "ensino literário tradicional" - particularmente calcado em conteúdos vinculados à antiguidade - precisou desvencilhar-se de autores e textos que o acompanharam durante séculos para atender a nova clientela? Quais narrativas eram impostas aos poucos meninos que frequentavam esta escola?