Pode dizer-se, com alguma segurança, que Daniel Francoy é um dos mais estimulantes poetas brasileiros surgidos neste século. Não deixa de ser, por isso, quase um mistério que a sua poesia tenha permanecido, por mais de uma década, fora dos radares do meio editorial brasileiro. Nos poemas de Daniel Francoy é visível, logo à partida, o domínio de uma certa dicção poética, tão negligenciada nos dias que correm. De facto, inicialmente em blogues e, depois, em algumas publicações portuguesas, Daniel Francoy tem vindo a revelar fazer parte de uma linhagem de admiráveis artífices da palavra que, aos grandes temas (a vida, a passagem do tempo, o amor), acrescentam uma luz, até então discreta, multiplicada por pequenos milagres do quotidiano. Distantes do mar, os seus poemas evocam um território algo árido, repleto de reverberações meio alucinadas, estendendo-se por noites sem vento e cintilações lunares. A essa geografia juntam-se outros lugares casas de família, [...]