A Edda nórdica relata que Odin não bebia nada além de vinho, destacando, ademais, que ele se alimentava, exclusivamente, da bebida produzida na fermentação dos frutos da vitis vinifera, fato que pode soar deveras estranho, pois, salvo melhor juízo, não havia produção de vinhos que fosse digna de nota ao norte do paralelo 60° ao tempo em que os vikings buscavam alcançar os prazeres ocultos em Asgard, morrendo com bravura em Midgard. Hoje, proporcionalmente, sabe-se que muito menos pessoas morrem de fome, o que não quer dizer que a humanidade não deva se preocupar com isso e, evidentemente, havendo interesse, a política encontrará no Direito seu instrumental mais adequado. São, sem dúvida, muitas as conexões entre Direito e Comida; conexões exploradas com muito tempero e carinho ao largo deste livro.