A questão do pensamento sartreano é um caminho para a psicologia fenomenológica, para uma busca da fundamentação da Psicanálise Existencial. Com esse arcabouço teórico, construímos uma base para uma ética em Sartre. Nosso autor estava ciente da problemática que envolve uma especulação do agir do homem, sobretudo, na encruzilhada do pensamento no século XX. Como assegurar uma ética universal em uma situação existencial decadente? Como é possível pensarmos a consciência sem cairmos em um psicologismo? É possível uma liberdade frente a estrutura conceitual da ética? Todas essas perguntas estão contidas nessa obra. Se o autor em destaque se eximi de estabelecer um pensamento ético é devido à própria conceitualização ética do ocidente. Desse modo, a obra pretende demonstrar os pressupostos lógicos para uma ciência da ação, que possam levar em consideração o ser-no-mundo em busca do sentido do ser, isso significa que toda ação moral é interpretada pela vontade de ser. Portanto, a lógica da liberdade torna-se o único meio viável para pensarmos a condição humana e a dimensão da ação. O valor e o bem são ideias reguladoras da moral que Sartre considera como sendo partes da consciência externa e abstrata, porém, o ato final da escolha é interior e individual, desse modo, a psicologia fenomenológica é capaz de descrever com rigor a consciência a partir da experiência do interior. Com essas análises vemos que a ética sartreana pode ser considera uma ética da liberdade e da responsabilidade, ou simplesmente um humanismo, pois, como ele mesmo diz, o existencialismo tem a tarefa de tornar a vida humana possível, e toda a lógica do engajamento se dá mediante essa prerrogativa, pois no reino da liberdade, todos devem garantir de forma consciente a liberdade de todos os indivíduos.