O ato de amor está profundamente ligado ao ato educativo dialógico. Não existe contradição entre amor e conhecimento, portanto, ninguém precisa deixar de amar para educar ou aprender. O diálogo se fundamenta no amor relacional entre as pessoas, para que elas vislumbrem as modificações que atuarão amorosamente juntas no mundo. Educar problematizando o mundo pelo diálogo é superar a contradição da prática pedagógica verticalizada, que não considera a participação ativa do educando. A prática pedagógica dominadora ainda persiste na relação entre educador e educando. A educação bancária a serviço da dominação, por isso anticidadã, mantém fortemente essa contradição. Se o amor é diálogo, ele é condição fundamental para que o encontro aconteça, para que a transformação não se degenere em guerra, mas busque a superação das injustiças. É tarefa do ser sujeito construir o diálogo e pelo diálogo dizer o mundo novo. A palavra verdadeira, que pertence essencialmente ao ser humano, não é uma imposição externa escravizadora e não é nem mesmo uma realidade da qual ele possa isentar-se ao dizer-se no mundo, pois de outra forma não seria possível transformar-se e nem mesmo viver.