Um novo conceito de Idade Média é, depois e sobretudo, o campo privilegiado das experiências da nova história: história do quotidiano, do tempo que se arrasta, a história do profundo e do imaginário. Uma Idade Medieval onde os homens vivem em tempos diferentes que lhes ritmam a existência: o tempo da Igreja, o tempo do mercador, o tempo do trabalho. Uma Idade Média onde os homens labutam em condições económicas e tecnológicas que os ensinam a dominar lentamente a natureza, e simultaneamente a aprofundar a aprofundar o fosso entre o trabalho manual e o intelectual. Uma Idade Média onde a cultura evolui entre os refinamentos escolásticos das universidades, viveiro de uma nova elite, e as relações complexas entre a cultura erudita da casta eclesiástica e a cultura popular, contra a qual os clérigos desencandeiam uma luta multiforme.