Em quatro capítulos bem estruturados e intimamente vinculados, Nedilso Lauro Brunera desenvolve, com maestria, o tema escravidão em Aristóteles. Inicia pela formação da polis grega, na qual o título de cidadão era reservado aos que participavam da atividade política (atividades práxica). Excluídos estavam, pois, os que se dedicavam às atividades poéticas (de subsistência), máxime os escravos, os quais, embora "homens", eram de todo dependentes do amo, por não possuírem faculdade deliberativa, e, portanto, incapazes de "eudaimonia". O escravo é elemento regido pelo amo, como o é o corpo pela alma. Brugnera mostra ser a escravidão, por natureza, uma suposição do estagirita, o que lhe mina pela base a pretensa solidez da teoria defendida. Em suma, Brugnera elaborou um trabalho original, em português, com linguagem escorreita e de grande profundidade filosófica.