***Pessoas costumam ter um polegar opositor. Chimpanzés, gorilas e lêmures também seguram a existência com esta artimanha oposta e articulada. Temos o privilégio de conseguir dobrar o dedinho mínimo sobre a palma da mão para tocar a pinça de ossos. Agarramos coisas que nos aparecem e seguramos bem forte ou delicadamente, ora estrangulando mundos, ora afagando planetários. Soltamos rapidamente quando ameaçadas. Mas ao agarrarmos ou abandonarmos, somos também amparadas ou libertas. Criamos pontes magnéticas com o objeto e com o coração que tocamos, bem como quando os deixamos órfãos de nossas mãos. Não sei quem colocará as mãos em você ao folhear as páginas deste livro que nos oferta extremidades de diversas falanges – insetos, ancestrais, afetos, escritoras.