Para realizar uma série de pesquisas e escrever este livro, os autores conseguiram algo que nunca foi feito antes. "Pegamos um conjunto de empresas realmente excepcionais que sobreviveram ao teste do tempo - a data média de fundação é 1897 - e as estudamos desde os seus primórdios, passando por todas as fases do seu desenvolvimento até hoje", afirmam os professores Collins e Porras, que foram assessorados por uma equipe de 20 pesquisadores da Universidade de Stanford. O mais interessante é a comparação estabelecida por eles com um outro conjunto de boas empresas que tiveram as mesmas chances, mas não atingiram a mesma estatura. Segundo Collins, o livro não é sobre líderes visionários e carismáticos. "Não trata de conceitos de produtos visionários nem de intuições visionárias com respeito ao mercado. Feitas para durar trata de algo muito mais importante, duradouro e substancial: as empresas visionárias. Elas são instituições líderes em seus setores, muito admiradas pelas outras empresas da área e com um longo registro de impactos significativos sobre o mundo à sua volta." Por que empresas como a Procter e Gamble, Johnson & Johnson, GE, Citicorp e Philip Morris se tornaram líderes, passando à frente de rivais como Colgate, Bristol-Myers, Squibb, Westinghouse, Chase Manhattan e RJR Nabisco? O livro dá a resposta e mostra que o desempenho delas vem sendo 15 vezes superior ao da média do mercado acionário desde 1926. Mitos como o líder carismático, a intuição, a empresa voltada para o cliente, downsizing, melhoria contínua e delegação de poderes caem por terra. Collins e Porras referem-se aos princípios eternos da administração bem-sucedida, apresentando um modelo de procedimento organizacional. Para melhor ilustrar suas conclusões, os professores fazem uso do milenar símbolo do Yin/Yang para representar a idéia de que as empresas visionárias realizam duas ações, aparentemente contraditórias ao mesmo tempo, com resultado positivo. "Por um lado - Yin ", elas preservam o núcleo, difundindo uma ideologia central que serve de guia e vínculo ao longo de toda a sua história. Por outro lado - Yang -, as empresas estimulam o progresso, buscando mudanças, melhorias, inovações e renovação em tudo aquilo que não faça parte da ideologia central." Entre os segredos do sucesso, eles apontam a definição e difusão de uma ideologia central e sua motivação pela busca do progresso na estrutura fundamental da organização - em metas, estratégias, técnicas, diretrizes, processos, práticas culturais, de gerenciamento, layout dos prédios, sistemas de pagamento, de contabilidade, definição de cargos, ou seja, em tudo que a empresa faz. "Uma empresa visionária cria um ambiente completo que cerca os empregados, bombardeando-os com um conjunto de sinais tão consistentes, que fortalecem uns aos outros, que se torna praticamente impossível confundir a ideologia e as ambições da empresa", consideram os autores.