Quatro, quatro, três, três: eis a divisão de versos por estrofe no soneto, forma eternizada por Petrarca, poeta italiano do século XIV - muitos anos antes do Barão de Coubertin, inspirado nos ideais gregos, realizar, em 1896, os primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna. Mas o que poesia, história, esportes e Olimpíadas têm a ver? Tudo! É o que nos mostra o jornalista esportivo e poeta Luís Ernesto Lacombe em seu novo livro pela Escrita Fina Edições, Manual poético dos esportes olímpicos (e um dedinho de prosa). Quatro, quatro, três, três: quatro estilos de nados, quatro corredores no revezamento, três tentativas de saltos, três pontos a cesta fora do garrafão. Soneto. Poesia que nos toca como o florete da esgrima. Com divertidas ilustrações do designer Leo Queiroz e prefácio assinado por ninguém menos que o também jornalista e poeta Pedro Bial, o manual combina humor, sensibilidade e uma boa dose de informação para falar dos 32 esportes que farão parte do programa dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Quatro pontos são um game no tênis, quatro disciplinas compõem o ciclismo olímpico, três rounds no boxe masculino, três peças formam o judogui, o quimono do judô. Quatro, quatro, três, três: perfazem um total de 14 versos no soneto. Como são 14 as provas das regatas de remo. A cada esporte, um soneto do poeta, cuja paixão lírica lhe foi despertada pelos livros de poesia dados pelo avô materno, Américo Jacobina Lacombe, historiador e membro da Academia Brasileira de Letras. E, obviamente, a cada esporte, um texto do jornalista - um dedinho de prosa, em meio aos vários sonetos, trazendo um pouco de história, regras e explicações sobre as modalidades com clareza e simplicidade. Atualizando o lema do Barão de Coubertin, o importante não é vencer, mas ler, aprender e se divertir. Competição mesmo só para ver quem pega primeiro o Manual poético dos esportes olímpicos para ler - sonetos para avós, pais e netos; leitura para todas as idades.